quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Funcionários do transporte urbano ameaçam fazer paralisação na Grande Florianópolis


Foto: Susi Padilha

Motoristas e cobradores reclamam de aplicação de multas e demissão de um colega

Pouco mais de um mês depois da última ameaça de greve dos funcionários do transporte coletivo da Grande Florianópolis, a categoria volta a avaliar a possibilidade de uma paralisação relâmpago nesta sexta-feira.
O Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano na Grande Florianópolis (Sintraturb) reclama da aplicação de multas a ônibus que ficarem muito tempo estacionados no Terminal Integrado Centro (Ticen) e da demissão de um funcionário.
Segundo o secretário de comunicação do sindicato, Antonio Carlos Martins, o conselheiro fiscal Ederson Borba — eleito em assembleia da categoria — foi demitido há cerca de três semanas.
— Se a prefeitura e as empresas não nos derem um posicionamento até amanhã [sexta], iremos paralisar — diz Antonio, afirmando que a paralisação relâmpago pode acontecer a qualquer hora do dia.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Florianópolis (Setuf), Waldir Gomes da Silva, considera a possível paralisação um absurdo. Ele afirma que as reivindicações da categoria não têm fundamento.
Segundo Waldir, na quarta-feira, foi feita uma reunião entre Sintraturb, Setuf e Secretaria de Transportes no Ticen. Na ocasião, a prefeitura informou que não seriam aplicadas multas ao ônibus que ficarem parados por mais de 15 minutos no terminal enquanto o estacionamento não for regulamentado.
O presidente afirma ainda que os trabalhadores também têm se queixado de que algumas empresas estão descumprindo uma cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho, que prevê contratações com carga horária de três horas.
— Não tenho conhecimento de que as empresas estejam fazendo os funcionários trabalhar a mais, mas se isto está acontecendo, já existe uma determinação para que elas sejam multadas — diz Waldir.
Sobre o funcionário demitido, o presidente do Setuf garante que a empresa estava no seu direito:
— O funcionário era um conselheiro fiscal, o que não garante a estabilidade no emprego. Ele certamente foi demitido porque deixou a desejar.

Tumulto
A última paralisação relâmpago feita por motoristas e cobradores causou tumulto no Ticen. No dia 2 de novembro, a categoria parou por duas horas (começou por volta das 10h20min e terminou só ao meio-dia). Pegos de surpresa, os passageiros responderam com indignação ao protesto dos trabalhadores. A polícia teve de ser acionada para controlar o tumulto.
Alguns usuários quebraram catracas e depredaram uma guarita com pedaços de madeira. Também foram danificados bebedouros e uma lanchonete. A Polícia Militar chegou a jogar uma bomba de efeito moral para conter a população revoltada. Duas pessoas foram detidas.
De acordo com o Sintraturb, a paralisação foi motivada pela diminuição dos horários das linhas de ônibus, o cancelamento da Participação dos Lucros (PL) e a possível demissão de cerca de 1,1 mil cobradores. Ainda no ano passado, a categoria prometeu novas paralisações até 15 de dezembro e que acabaram não acontecendo.

DIARIO.COM.BR

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